Quero asas


Deu-me para ouvir Lenny Kravitz... Não precisava de ir tão longe para ver a Via Láctea ou Marte. Bastava-me ir ali a Bazaruto, ou ao Mussulo, Hawai, Caraíbas, uma ilha tropical qualquer. Só precisava de ser longe, muito longe, e voar alto, muito alto. Ter o mar como pano de fundo, e o som das ondas a embalar-me, um calor de corpo e alma, dentro do abraço que quero tanto, para disfrutar de um pôr-do-sol assim, e perder-me nuns certos olhos depois do sol descer a linha do horizonte.


Tenho uma coisa pelo pôr-do-sol... E hoje o que sinto cá dentro é que quero mesmo ir à procura deste pôr-do-sol, e desse abraço, e desse olhar. Conheço o abraço, conheço os olhos, deixei fugir, fugi de mim. Mas agora quero voar, sem paraquedas, sem medo de caír. Ele está ali mesmo, afinal à espera, simplesmente, que eu deixe as minhas asas abrirem-se, e me deixe ir, com ele, a voar ao sabor do vento, entregar-me aos elementos, sustentada na leveza do que sinto e com a força do abraço dele, sentido.

E hoje quero a força de acreditar que tenho asas e posso voar.

5 comentários:

mf disse...

Será coragem, o que te falta? É que se tens asas, podes voar... E a coragem arranja-se. Respira fundo e... larga-te...

Cereja preta disse...

Boa sorte... acreditar é o essencial... não deixes fugir a oportunidade por provável risco de caires... até porque chega uma altura em que acreditarmos sozinhos não serve para nada! :-) Beijo!

CB disse...

Hoje é triste responder-vos, porque não faltou tanto a coragem mf, faltou, verdadeiramente, "acreditar", como diz a Cereja preta. Porque às vezes afinal vimos mais, e com mais clareza, do que gostaríamos de admitir a nós próprios. E às vezes as razões dos nossos medos, a razão do cepticismo, até tem razão de ser... Este vôo é um esforço titânico, que eu até estou disposta a correr o risco de voar, mas só quando, e só se, não houver margem para dúvida de que vale a pena arriscar caír.

etc disse...

Essa margem de duvida nunca deixará de existir... mas quando existirem condições para acreditares as margens de duvida dissipam-se e uma pessoa arrisca tudo... e seja o que Deus quiser! Posso sugerir uma coisa: a tag sonhadora podia-se trocar por crente, lutadora... e com alguns dentes partidos AHAHAH ok!

CB disse...

etc, obrigada pelo comentário. Tens razão que haverá sempre dúvida, há sempre risco, e como escrevi, eu estou disposta a correr o risco de caír, já corri no passado (e estrepei-me, mas isso são outras histórias). Nesta fase, talvez pelo que já vivi, acho que só vale a pena correr o risco quando realmente "acreditamos", não temos dúvida de que, pelo menos, o outro está disposto a correr os mesmo riscos - se está a entregar da mesma forma. A tag dos "dentes partidos" parece-me um bocadinho de mais, mas que ficam mazelas, ai isso ficam...