Move-nos a Paixão – Escolha de um Carro e de um Homem

Preciso de trocar de carro e ando a explorar hipóteses. Ocorreu-me que é muito parecido com a escolha de um homem. Se não vejamos:

1 – Estabelece-se a necessidade e pensa-se em duas ou três coisas fundamentais. Exemplo para os carros: que seja pequeno e fácil de estacionar, que gaste pouco, que seja fiável. Para os homens: que tenha sentido de humor, que seja inteligente, que seja fiável.

2 - Dá-se uma olhadela ao mercado e identificam-se os que, às primeira vista, respondem aos tais requisitos fundamentais. Esta não tem diferenças nenhumas entre carros e homens.

3 – Verifica-se se estão ao nosso alcance. Para os carros pedem-se propostas. Para os homens é mais complicado, um pouco mais empírico, mas consegue-se medir a reacção.

4 – Procura-se saber mais sobre os que podemos alcançar e avaliar qual o melhor investimento, qual o melhor retorno. Para os carros, vai-se ao Google, pedem-se catálogos, pergunta-se a opinião aos amigos. Para os homens, conversa-se um bocado, identificam-se as ex-namoradas, tenta-se pescar informação dos amigos e pede-se opinião às amigas. Aferem-se consumos, custos prováveis de manutenção, vida útil, desvalorização, etc. (para os dois casos...).

5 – Vai-se eliminando alguns até ter umas 2 hipóteses viáveis. Vai-se olhando, estudando, comparando, aproximando-nos aos poucos daqueles que mais nos atraem... Esta não tem segredos, nem para carros, nem para homens. Só variam as razões (tipo, para os carros, não gosto dos interiores, os bancos são desconfortáveis, ou então, o carro é mesmo giro!; e para os homens, por exemplo, fala demasiado alto quando se entusiasma, diz umas piadas parvas, ou pelo contrário, ele é mesmo uma boa companhia).

6 – Faz-se um test drive. Para os carros é de graça e fundamental para escolher – o essencial é mesmo experimentar a condução, sentir o desempenho, depois é preciso apresentar à família para ver se gostam e, por exemplo, quando há crianças, se as cadeirinhas cabem, basicamente, se é “child friendly”. Para os homens... Oh, que chatice!... Com os homens não dá. Quer dizer, dá mas tem custos...

No fim, escolhe-se aquele por que nos apaixonamos. Carros e homens...

Eu escolhi o Mini Cooper. “Chilli red”, com tecto e retrovisores em preto e o pack “Pepper”...O miúdo amou, o carro é um espectáculo de conduzir, está ao alcance, mas foi chumbado em quase todos os pré-requisitos que, de repente, deixaram de importar... Vá-se lá entender estas coisas – é paixão...

Do homem, também não se entende, também é paixão, parecia estar vendido e comprado, mas teve o condão de me deixar completamente baralhada. O test drive ficou a meio, não sei se foi falta de GPS ou tem um desvio qualquer na direcção, porque deixou-me perdida no meio da estrada, e foi caríssimo – ainda estou a pagar por algo que acho que fica no stand...

2 comentários:

Pulha Garcia disse...

Cara Princesa,

gostei bastante deste texto. Não é que concorde com tudo mas gosto da apreciação geral. Na parte de (ponto 6) de experimentar homens "dá mas tem custos", parti-me a rir. Essa é rigorosamente a queixa que eu e muitos homens poderíamos endereçar ao outro lado da barricada.

CB disse...

Caro Pulha,
Acredito que é uma queixa legítima para os dois lados "da barricada"... Tudo depende das razões que levam ao "test drive". Há quem faça disso um desporto, de graça, e viva muito bem assim...