Muitas vezes me vejo como a lua. Gosto da lua, das suas fases, dos seus mistérios e do seu brilho. Em dias destes, sinto-me uma lua cheia e lembro-me de um pequeno poema de Fernando Pessoa de que gosto muito:
Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.
É assim que eu vivo quase tudo, e é só assim que eu sei amar. No que estou, estou por inteiro. Quando amo, amo inteira. E quando me dedico a alguma coisa, dou tudo de mim, brilha toda a minha lua nesse lago. Talvez por isso a minha exigência seja elevada também com os outros. Talvez por isso um amor que não é inteiro não me chegue. Talvez por isso abandone aquilo em que não me consigo derramar por completo num brilho de prata sobre as águas. Mas hoje foi assim mesmo, a mergulhar no trabalho no meu regresso gradual à minha vida "normal", e soube-me bem. Gosto de mim nestes dias em que me sinto grande.
Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.
É assim que eu vivo quase tudo, e é só assim que eu sei amar. No que estou, estou por inteiro. Quando amo, amo inteira. E quando me dedico a alguma coisa, dou tudo de mim, brilha toda a minha lua nesse lago. Talvez por isso a minha exigência seja elevada também com os outros. Talvez por isso um amor que não é inteiro não me chegue. Talvez por isso abandone aquilo em que não me consigo derramar por completo num brilho de prata sobre as águas. Mas hoje foi assim mesmo, a mergulhar no trabalho no meu regresso gradual à minha vida "normal", e soube-me bem. Gosto de mim nestes dias em que me sinto grande.
12 comentários:
Grandiosa e plena de luz!!Bom regresso!
A Lua é encantadora em todas as suas fases :)
beijos
Apple, obrigada. :)
LBJ, olha que bonito, obrigada. :)
Bjs
E mais que isso, embora não o vejamos sempre mediante as perspectivas, há sempre um "lado" inteiro a brilhar. E de que maniera... :)
Faz-me lembrar a história em que o pai pergunta ao filho o que prefere: Um sol pintado num quadro ou um dia de nuvens? (acho que a história não é bem assim mas foi assim que a assimilei).
Treze, interessante perspectiva. Tens razão que a lua é sempre inteira, apenas não se mostra sempre inteira.
Outra questão é a da realidade vs ficção. O sol pintado no quadro é uma ideia bonita, um dia de núvens é uma realidade menos bonita, mas é real... Eu prefiro viver na verdade, na realidade, mesmo que às vezes tenha de esconder dos olhos dos outros partes do meu brilho, em fases menos cheias da minha lua.
Temos assistido a um quarto crescente. E começamos a ver a lua cheia... sempre gostei de noites de luar! :)
Pronúncia, também me parece... :) Acho que esta lua começou a perceber que pode brilhar inteira em muitos lagos, mesmo que não possa brilhar em todos.
Revejo-me por completo nas tuas palavras... E nas de Pessoa, também um dos meus ídolos.
Gostei muito deste teu post :)
Beijinhos
Reza a história que o pai diz que o quadro é imutável e sem vida (qualquer coisa do género...) e que prefere o dia com nuvens porque o sol está sempre lá e que mais tarde ou mais cedo as nuvens desaparecem e o sol aparece em todo o seu esplendor.
É mais ou menos assim, pelo menos o fim pretendido é esse...
Núvem, também te leio lua... E gosto de te saber por aqui. :)
Beijinhos
Treze,
É uma história interessante. :)
Enviar um comentário