Tenho a minha casca, a minha concha, que me protege do mundo e dos outros. É uma casca mutante, às vezes mais grossa, às vezes mais fina, até quase transparente. Às vezes abro-a, às vezes quebra e expõe-me, às vezes muda de cor. Vai enrijecendo com o passar do tempo, cada quebra remendada com dupla camada. Preciso dessa casca, desse refúgio. Preciso de me proteger e preciso de espaço e tempo e silêncio só meus para me encontrar, ou re-encontrar. Sem a concha da ostra não havia pérolas.
Na minha concha às vezes faz frio e então faço-a mais fina para entrar o calor do sol. Às vezes é ao contrário – o frio está lá fora e recolho-me no meu próprio aconchego. Na minha concha há silêncio à escuta dos meus pensamentos e palavras. Às vezes lá fora está muito barulho, demasiada confusão. E às vezes o tumulto de mim é demais para a concha e preciso de abrir para respirar lá fora.
Mas é na minha concha que me reconheço. É aqui dentro que sei de mim, e sei que depois de um sono aconchegado na concha acordo no silêncio mais ordeiro das ideias e sentimentos no lugar. É na minha concha que está a minha força. É aqui que encontro vontade. É aqui que me encontro a mim.
E ai de quem tentar abrir a concha e puxar-me para fora à força, e ai de quem tentar roubar-me a pérola inacabada de mim. Que eu fecho a concha de imediato com força e guardo-me, até o perigo passar. É que tudo tem um tempo e a pérola, para ser perfeita, precisa do seu tempo completo na casca da sua concha. E a ostra é que sabe qual é o tempo para abrir.
Na minha concha às vezes faz frio e então faço-a mais fina para entrar o calor do sol. Às vezes é ao contrário – o frio está lá fora e recolho-me no meu próprio aconchego. Na minha concha há silêncio à escuta dos meus pensamentos e palavras. Às vezes lá fora está muito barulho, demasiada confusão. E às vezes o tumulto de mim é demais para a concha e preciso de abrir para respirar lá fora.
Mas é na minha concha que me reconheço. É aqui dentro que sei de mim, e sei que depois de um sono aconchegado na concha acordo no silêncio mais ordeiro das ideias e sentimentos no lugar. É na minha concha que está a minha força. É aqui que encontro vontade. É aqui que me encontro a mim.
E ai de quem tentar abrir a concha e puxar-me para fora à força, e ai de quem tentar roubar-me a pérola inacabada de mim. Que eu fecho a concha de imediato com força e guardo-me, até o perigo passar. É que tudo tem um tempo e a pérola, para ser perfeita, precisa do seu tempo completo na casca da sua concha. E a ostra é que sabe qual é o tempo para abrir.
6 comentários:
Se também te disser que me revejo em quase tudo o que escreves, tenho a certeza que não te vai soar estranho ;)
É a verdade!
Abraço
Apple, pois não estranho, não... ;)
Outro abraço para ti.
brilhante a analogia, concha / pérola.
Francis, muito obrigada.
As conchas nunca se devem abrir com força, mas com carinho, atenção, despretensão e sobretudo persistência :)
Um Beijo
LBJ, tudo isso na espera que a concha abra por si.
Um beijo
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