Sem marca registada

Pasmo-me sempre quando leio o mesmo que penso, que sinto - e que até escrevo, nas linhas de outros que nem sabem quem sou. Não sei porquê, e não sei se é igual com todos, mas ao mesmo tempo que gosto da identificação, ou me sinto bem por ver que alguém pensa e sente igual, (o que não faz de mim essa louca que às vezes penso que sou - e que alguns pensam que sou), o certo é que também me doi o orgulho, porque - afinal - não sou assim tão original. E eu até gosto de ser original. Mas é verdade que também pode ser um bocado solitário.  

No fundo, somos todos seres únicos, mas somos todos feitos do mesmo. Não há muito de original em cada um de nós, se não na forma de o expressar. Que há quem não saiba expressar, há quem não queira expressar, e há quem consiga passar a letras essas coisas mais profundas. Nada do que se escreva versando sobre alma e sentimentos, mais ou menos elevados, mais ou menos romanticizados, é produto original. É sempre reflexo do Homem, não pertence em exclusivo ao ser individual que o soube exprimir.  

2 comentários:

Apple disse...

Concordo com a tua reflexão e, talvez seja esse reflexo comum e partilhado que nos humaniza, porque todos nós sentimos a dor e a paixão, o medo e a coragem, todos nós, independentemente da cor, do credo, da carteira, sabemos o que é o riso e o choro.

Bjs :)

CB disse...

Nem mais Apple. Todos sabemos o que é "sentir", mas nem todos sabem "expressar". Depois de expresso, seja por quem for, às vezes é até mais fácil perceber, ou pelo menos ajuda a essa humanização de que falas, essa empatia, e essa sensação de que, afinal, o que sentimos não é loucura - é humanidade... :)
Bjs