Excertos de mim # 4 - O que não quero voltar a escrever



“Alguns dias passam bons, com muitas coisas a encher a vida, mas ainda assim fica aquela sensação de que falta qualquer coisa, que nada faz verdadeiramente sentido. Sinto que me esvazio em razões de ser que são só números, objectivos, necessidades práticas. Sinto que me falta um bocado, falta um bocado de mim, e falta-me um bocado de vida. Tenho vontade de muito mais, vontade de largar muitas coisas e me lançar à conquista e à descoberta, dessa vida que me fugiu, dessa parte de mim que adormeci.

Sei que tenho muita coisa. Sei que, materialmente, não me falta nada. Sei que faço o que faço e vivo como vivo porque foi assim que a vida me obrigou a ganhar a vida. Sei que não me devia queixar e sei que prezo o conforto que compro com outro desconforto.

Mas creio que há mais para além do que vivo, do que sinto, do que tenho. Creio que há mais de mim. E isto que vivo, sinto e tenho hoje não chega. Isto não chega, não me chega. Ou eu não chego lá.”

Mas chegarei.

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