A Meio é o Caos

Ainda não estou lá. A limpeza e a arrumação vão a menos de meio, encravadas em coisas mais prementes, em requisitos de ordem prática e necessidade imediata. Ou em dúvidas que surgem, em resistências que me fazem tropeçar, hesitar, e algumas surpresas pelo caminho que me deixam inquieta, que não gosto muito de surpresas e, muito menos, de não saber o que fazer com elas.

Esta coisa de arrumar gavetas traz sempre uma fase de maior caos ainda. Ou talvez seja que apenas torna o caos mais visível, mais óbvio. Certo é que, por agora, o sentir que já comecei a mexer nas coisas, não me deixa tranquila pensando que estou a fazer alguma coisa por resolver as confusões, e que já vou a caminho de maior organização e clareza. Não me deixa a pensar e sentir que, pelo menos, estão começadas as arrumações. Pelo contrário: faz-me sentir que abri as hostilidades. E não sei se, agora, tenho a coragem e capacidade de ganhar a guerra.

Ao mesmo tempo, estou já no meio do campo de batalha, tudo é caos à minha volta, sei que assim é que não posso viver, e não me resta portanto grande alternativa se não ir à luta mesmo. E dos fracos, e dos vencidos, não reza a história. E já caminhei demasiado para me render sem glória, para chegar a esta fase da minha vida e desistir, deitando a perder tudo o que até aqui conquistei e me fez sempre, no fim das contas, resistir. A meio, não fico.

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