Juras de Amor

As juras de amor são palavras. São frases e textos, monólogos ou diálogos, que é suposto dizerem, pelo tamanho do amor que se sente, o quanto vai durar esse amor. E quando se diz que é enorme, imenso, inabalável, e que vai durar para sempre, certamente, não se espera que morra em três tempos. As juras de amor, mesmo que de um amor sem consequência, seja por condicionantes da vida, seja por não correspondência, podem não se cumprir no tempo que demora demais, mas não podem é ser mentiras banais. O prazo é difícil de estabelecer - é certo. Não sei quanto tempo leva um amor a morrer. Sei que pode viver de nada mais do que memórias e vontade de o perpetuar por bem mais de um ano, pelo menos. Dizem que até pode mesmo durar para sempre, mas isso ainda não pude comprovar. O que sei é que, se é compreensível que comece a diluir-se, a apagar-se, depois de mais de um ano de espera sem esperança, não o é se já se foi ao fim de poucos meses. Se isso acontece, se as juras de amor só valem para três meses de ausência, então não era amor, e quem mais jura mais mente.  

7 comentários:

1REZ3 disse...

É o problema de ser uma palavra composta por somente 4 letras, o que a torna muito fácil de pronunciar. Mas um ano? Caramba! Não é/era amor.

CB disse...

Noya,
Para ti um ano é pouco. Para mim também. A quase dois anos, de ausência, de não correspondência, sei eu que sobrevive. Com os seus momentos de revolta e negação, é certo, mas não morto. Na verdade, "não sei quanto tempo leva um amor a morrer", mas acho 3 meses manifestamente pouco.

CB disse...

Adenda: e claro, concordo - por tão pouco tempo, nunca foi amor. Por isso o "quem mais jura mais mente".

Anónimo disse...

Mana, pensei nisso tantas vezes, acho que tudo depende de como se viveu esse amor, de como o alimentámos a solo, ou lhe criámos erosão em companhia.

No que clonamos em fantasia desse amor, ou no que se desvanece pelo confronto recorrente da sua negação. Choramos amores que não se podem viver, como negamos tantas vezes prepétuar um que não ganha sustento.
O amor tem a forma que quem o sente se propôe vivê-lo, acho. Quando se quer amar, não se quer deixar partir, se tem fé, ou quando se resolve arrancá-lo de nós pelo que daninho se alastrou pelos vazios não arados.

Um "amo-te tanto" é selectivo e único, a sua equação tem uma fórmula magistral. É um manipulado de concentrações. Não há genérico. Nesse cadinho, é difícil ser uníssono. Quando acontece, é-se feliz, quando não..
há momentos em que covergimos e falamos a mesma linguagem, noutras é um babel que nos afasta e desencanta e quando o desamor se exorta, conduz quase inevitavelmente a esse desfecho triste. Seja num mês, num ano ou ao fim de uma década.

Mas sabes que sou uma crédula...
:-)

CB disse...

Mana,
Eu entendo-te, na tua inevitável postura conciliatória e magnânime tolerância à diferença. Mas discordo de que a forma como se vive um amor determine o tempo que ele leva a morrer. Se na despedida há juras de amor eterno, não concebo que morra em 3 meses. Para mim, isso diz-me simplesmente que não era amor, ou era mentira. Tens razão numa coisa: não era amor como eu o entendo. Pode não ter sido propriamente mentira se era a versão de amor que essa pessoa conhece. Se é um caso de amor recorrentemente negado, é verdade que vai sofrendo a erosão. Mas acho que enquanto há amor há fé, e enquanto há fé há esperança, e se se esgota em poucos meses, é porque o "amor" era muito curto...

Mas também sabes que sou uma céptica... :))

1REZ3 disse...

Bem, a tua "mana" a escrever também... Não sei que diga :)

CB disse...

Noya,
Os escritos dela dão sempre que pensar e nem sempre são fáceis de responder. Mas eu gosto muito dos comentários dela. :)