Os “Tag Along”

Deve haver um nome certo para cada tipo de papel que nos cabe no mapa dos relacionamentos humanos que estabelecemos com o mundo à nossa volta. Recentemente, descobri o nome de um papel específico, que nem sempre é muito fácil de perceber, mas que tem tradução perfeita na expressão “Tag Along”. Esse é o papel daqueles que acompanham um grupo de amigos, não porque sejam também amigos por direito próprio, mas porque alguém os leva, e vai levando. Ao fim de um tempo, é comum os “Tag Along” acharem que ganharam espaço e estatuto próprios no grupo, podendo até acabar por achar que se tornaram amigos, que são parte do grupo. Mas raramente isso acontece realmente, pelo menos com todos os elementos do grupo. Um “Tag Along” é sempre um apêndice, que até pode ser bem vindo, e os outros até podem simpatizar com eles, mas pertencem apenas por via de um cordel de ligação a um elemento específico e, mais tarde ou mais cedo, torna-se claro para os “Tag Along” que não é com eles que o grupo se preocupa, não é com eles que o grupo quer estar. Os “Tag Along” não têm grande utilidade, são apenas acréscimos que não chateiam, toleram-se e ponto final. Mas, tal como os apêndices, quando ganham vida própria e incomodam, eliminam-se, em prol do bem estar geral.

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