Lusco-fusco


Passam 2 minutos das 6 da tarde e há uma réstia de luz na janela. E eu fiquei feliz com esta simples constatação. Faz-me tanta, mas tanta falta - a luz. Ainda vou fazer o caminho de volta para casa às escuras, mas já é uma esperança de dias mais luminosos em breve. Ando a procurar os meus crepúsculos também, na busca dos farrapos da esperança que me levem a dias melhores, dias quentes e luminosos, dias de “it’s fun being me”, que agora os dias são meras sucessões de horas, carregadas de sisudas tarefas. E as noites são longas sucessões de minutos, carregados da angústia de não lhes encontrar descanso ou sossego. Os crepúsculos que vislumbro, por agora, parecem mais lusco-fuscos, o que não é nada a mesma coisa, ainda que tendo igual definição, e me lembra sempre "pardo", conceito que associo a algo muito próximo de vazio. Vazio de sentido, de cor e razão.

(E parece impossível que, de um momento de felicidade, consiga chegar em poucas linhas ao vazio. Cura, preciso de cura. Rapidamente. Tenho de agarrar todas as pequenas esperanças com força.) 

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