"Daqui fala o tempo, este tempo que corre em 24 horas por dia e em sete dias por semana. Daqui fala o tempo que corre por fora, e por onde corres cada dia. Daqui fala o tempo que não se compadece com a tua lista de tarefas. Daqui fala o tempo em que és de cada vez uma das facetas que alternas.
Desengana-te se pensas que estico, que paro, ou que corro em duas pistas em simultâneo. Não penses que o tempo que te corre por dentro em momentos escapa do tempo que sou em segundos no relógio da vida. E não te iludas pensando que me agarras e me domas."
Acordo neste sobressalto. E agora?... Realmente como é que eu faço isto? Como é que integro mais um tempo de dentro, mais um tempo de presença, mais umas tarefas na lista, mais uma vontade, mais uma faceta de mim em alternância?
E depois liga a voz que me diz com calma que não oiça o tempo carrasco. Que me diz que não é uma “wake-up call”. Que me diz que acorde antes tranquila para deixar correr o tempo por aí, como ele quiser, que não importa. Que me diz que me deixe levar, pelos dias, pelas horas, até ser hora, e que por aí nos vamos encontrando, em novos tempos que vamos criando, e moldando os dias para que vá sendo também o nosso tempo entretanto.
Acordo a pensar que está a acontecer, independentemente do jogo do tempo, do que conto e do que vem de dentro. A vontade tem de comandar, e nesta nova faceta contarão os segundos de cada esperada presença. Até lá as tarefas realizam-se, a vida acontece, as outras facetas vivem o seu tempo e, devagarinho, deixo-me apenas “ser”. E tento aprender a integrar-me num todo, também com o tempo. É mais fácil bebendo da tranquila fé que me chega do outro lado da linha.
10 comentários:
Mana,
Sim, sem sobressaltos, porque há sempre um tic para um tac. Assim docinho e dolente, baixinho hipnótico, a embalar aninhados em concha em tardes de chuva com desejos de chocolate quente, daqueles espessos, memóráveis, a preceito, com gema e um zipp de Earl Grey a aromatizar.
.. tic-tac, tic-tac....
Mana,
Não me tortures!!!...
Mas sim, tens razão, tic... TAC. :)
Mas é isso mesmo, Princesa. Deixa fluir, com calma, sem pensamentos antecipados. O momento que esperavas chegou (ou está a chegar), para quê criar mais conflitos?
Descansa essa cabeça e esse coração.
Chill... :)
PS: Pode ser que ajude:
http://www.youtube.com/watch?v=VnCS25z18pI&feature=PlayList&p=8B7BDE5A54E318BE&playnext=1&playnext_from=PL&index=2
http://www.youtube.com/watch?v=sxnuCZFyp44&feature=PlayList&p=8B7BDE5A54E318BE&index=7
Há anos que não bebo um desses chocolates quentes,com gema e tudo.Acho que essa história do tempo é mesmo assim:para acrescentarmos uma tarefa, cortamos nestes pequenos prazeres que nos levam mais uns minutos a fazer. bjs.
13,
Chilling... Acho que ainda tenho de vencer aquela pontinha de cepticismo que me faz, ainda, esperar o pior.
Obrigada pela música. Adoro a segunda! :)
Catwoman,
A questão é precisamente como "encaixar" mais coisas no mesmo tempo contado, como gerir esse tempo para dar para o que queremos, como gerir, mais uma vez, as diferentes vertentes da vida e de nós próprios. É o tal difícil equilíbrio da equação que nos faz mulher e mãe, amante, filha, irmã, amiga e etc por aí fora.
Isso é perfeitamente natural (o cepticismo). Só mesmo o tempo conseguirá trazer-te essa paz. Por vezes vive-se com isso a vida inteira (isto não é a experiência a falar, naturalmente :D), mas acredito que é algo que conquistarás.
Até lá, vai destilando à vontade :)
13,
Ironicamente, a questão do tempo, também aqui, se resolve com tempo. De uma forma ou de outra, não quero viver no cepticismo a vida inteira...
Não está fácil destilar, sabes? Mas vou destilando.. :)
Integramo-nos num todo e deixarmo-nos apenas “ser”. Em conforto ou em sobressaltos confortáveis. Muito bom.
fd,
É isso mesmo...
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