This is Not Goodbye

Fui ontem ao jantar de despedida de uma amiga muito querida, uma pessoa maravilhosa e que tem estado de pedra e cal, daquelas poucas que sobreviveu ao tsunami que me invadiu a praia há uns bons tempos atrás, e que parte agora para abraçar um aliciante novo projecto profissional noutro país. Desejo-lhe toda a sorte do mundo, de coração, mas vai-me fazer uma falta terrível. Vejo-a no Facebook, a anunciar o dia da mudança, e quero dizer-lhe que torço por ela, mas não carrego no "Like", nem consigo deixar um comentário só de apoio, porque estou também triste por perdê-la aqui da vista e não quero assombrar-lhe o mural neste dia. É que, por mais que tenhamos FB, skype e messenger e o diabo a quatro, tenho mesmo medo de perder esta amizade que acarinho tanto. Vai para longe - é longe. Todos os que (se) importam sempre vão - karma dos infernos. Podia dizer que me fica no coração - que fica -, como sempre fica qualquer coisa daqueles que nos crescem por dentro. Mas vai dar flores longe de mim, já não as  terei tão vívidas no meu jardim. Tenho o desafio de cultivar o que fica, o melhor que puder e souber, sem me deixar desanimar pela distância e pela saudade, com que tanto me custa lidar. Mas eu gosto dela: muito. E isso, no fim de contas, é o que interessa. Esta é uma das pessoas a quem não direi adeus; apenas um até já, até logo, até sempre. E não posso deixar de sorrir com a ironia da coisa, o outro lado de uma mesma lição, que ando eu própria a aprender e ensinar, nestes conturbados tempos de mudança que também me arrastam para outras andanças, ausências e distâncias. 


(Fingers crossed for you, guapa. But I sure as hell miss you already...)

2 comentários:

Pulha Garcia disse...

É importante sabermos torcer pelos outros. A vida não somos só nós.

CB disse...

Verdade, Pulha. Torço por ela, mas não posso evitar a tristeza da saudade.