Mais fere a palavra do que a espada

Sim, ela tem razão: o que interesa o que os outros pensam, se estamos bem com a nossa consciência? Tantas vezes avancei assim na vida, na serenidade da minha consciência, ainda que incompreendida, ainda que insultada ou renegada por via dessa incompreensão. Diz que não posso deixar-me afectar, que não posso sofrer com isso. Easier said than done. O que ela não vê é que não há como ignorar a dor da ofensa, ainda para mais se totalmente injusta, quando vinda de certas pessoas. Com umas, é fácil encolher os ombros e ignorar. Dessas, realmente as ofensas não nos atingem. Mas outras não. Com outras, não há como não me exaltar, como não indignar, como não deixar de defender a minha própria honra. Não há como evitar ter de deixar tudo claro, sob pena do meu silêncio ser apresentado como reconhecimento, como a desistência do "quem cala consente", por alguém que não hesitará em fazer uso disso da pior forma possível. Se me acusam com argumentos falsos e me condenam injustamente, não posso deixar de me indignar. Eu acuso-me por vezes, por coisas em que sei que falho. Mas também em consciência sei que faço o melhor que posso e sei que não me posso arrogar a superioridade da infalibilidade. Não posso aceitar que me acusem de forma injusta e vil, numa coisa muito fundamental, e por alguém muito próximo. Aí não posso calar-me. Afecta-me sim, atinge-me, desgosta-me. Porque além da minha dignidade e do meu orgulho, eu sou uma pessoa que sente. Sinto muito.

2 comentários:

Bípede Falante disse...

Acho que nada me afeta mais que a injustiça e a impotência diante dela. Praticamente, me enlouquece.
beijoss

CB disse...

Sim Bípede - é de enlouquecer mesmo.
Beijos