Eterno instante



Toda uma vida pode mudar num instante. E cabem muitos instantes em cada dia da vida.

Quantos anos, meses, semanas ou dias cabem numa eternidade? Para onde levamos o momento, o segundo, o repente que se sente eterno? E como se mede essa pequena-grande eternidade? Pelo que dura, ou pelo tempo que perdura depois de já não ser?

Promessas, planos e projecções, todos construídos na base de uma frágil linha de tempo que realmente não sabemos existir. Que pensamos não ter fim, num momento, e às vezes acaba logo ali.

Queria saber quanto de mim cabe na tua eternidade. Quanto de ti em momentos caminhará comigo eternamente. Quanto durará esse eterno em cliques de segundos, enquanto é, depois de já não ser.

Que prazo terás para mim e que limites que não vemos tornam finita a linha do tempo que projectamos indefinida, para lá do horizonte visível do eterno instante?

12 comentários:

1REZ3 disse...

É tudo uma questão de vontade... E essa, se a houver em quantidades suficientes, cabe sempre muito em cada momento e infinitamente mais na eternidade.
E é tão fácil...

CB disse...

13,
Na realidade, por maior a vontade de cada instante, e por mais que se projecte a eternidade numa linha de tempo sem fim, nunca sabemos onde acaba essa linha, até acabar. É eterno em momentos até ter fim, e não sabemos quando chega o fim, nem quanto perduram os momentos do que já não acabou mas que por vezes eternizamos em nós.
Achas fácil? Sorte a tua...

Paulo Lontro disse...

não considero nada fácil, mas acho que tudo está nas tuas mãos e depende de ti.

Dry-Martini disse...

"Time is a string of pearls..." U2, in your blue room

Talvez .)

XinXin

CB disse...

Paulo,
Apenas até certo ponto. Em caminhos a dois, são pelo menos quatro as mãos, e quatro os olhos, mudando a perspectiva do horizonte incontáveis vezes.

CB disse...

Dry Martini,
Música boa. Há muitas formas de desenhar ou representar a linha do tempo, de facto. E o "talvez" é o meu ponto de fuga preferido.

XinXin

1REZ3 disse...

Falava por mim, não pelo casal. Mas é fácil (tudo bem, é mais uma crença que outra coisa), somente se complica pela complicação que se arranja pelo caminho... E lá está, depois torna-se tudo tão "fácil" de acabar.

PS: Quando se gosta realmente de uma pessoa (porque se fez por conhecê-la) como é possível deixar de se gostar dela de "um instante para o outro"? (Sim, eu sei, vivo na Era errada...)

CB disse...

13,
São precisamente essas "complicações" que surgem que limitam a linha do tempo, que nem sempre controlamos.
Quanto ao teu PS, a chave é o "realmente" - quando de gosta "realmente" não acaba de um momento para o outro. Mas as pessoas são mutáveis, e o que é hoje alguém de quem se gosta, mesmo "realmente", pode deixar de estar nessa pessoa um dia no futuro. Não é de repente, é uma progressão lenta, que pode levar a que as pessoas se afastem aos poucos.
Não vives na "Era errada", estes são é tempos de instantes muito curtos...

1REZ3 disse...

Basicamente estou tramado, então!
Acho que não tenho "pachorra" para me dedicar aos "instantes muito curtos "... Ser capaz de pegar na rotina e moldá-la a cada dia tem muito mais piada.

PS: Claro que não acredito - e dificilmente acreditarei - nessa "treta" dos não sei quantos meses que limitam a paixão. Mas tenho noção que não tenho a mínima noção daquilo que afirmo...

CB disse...

13,
De facto, também não gosto de "instantes muito curtos". E também acredito que podemos, até certo ponto, prolongá-los, até com sorte eternizá-los, com dedicação consistente.
Quanto ao PS... Também já não tenho noção de nada, para ser sincera...

fd disse...

Penso ser certa a ocorrência de mudanças em cada um. A evolução é uma constante com que temos de contar. O conhecimento dos outros ou a descoberta de nós não pára. Em caminhos a dois, a mudança de ambos pode dar-se ou não sincronizada. Com sorte, a duração e a intensidade dos momentos, vividos e levados, aproximam-se.

CB disse...

fd,
É bem verdade. Dizem que a sorte faz-se, mas também não acredito.