On my marks

Primeiro, foi tempo de reflectir sobre a decisão, sobre as escolhas. Equacionar cenários vários e, o mais serenamente que consegui, chegar a uma conclusão. Agora, com calma, passo a passo,  vou preparando as bases para o que penso, já, inevitável. Tive a prova de que o assunto está praticamente fechado. A próxima semana é de decisões finais e acerto de pormenores. Uma coisa de cada vez, vou dando passos que fazem sentido no enquadramento da nova vida que aceitei arriscar viver. Por isso, por mais cansativos ou penosos que sejam, vou-os dando com redescoberta serenidade. A cadência intensificou-se esta semana e até coisas que não dependem de mim acontecem, como coincidências engraçadas que me facilitam a vida, ou sinais do cosmos de que, desta vez, me acompanha na viagem a sorte. Certo é que me acompanha a esperança e essa, como se sabe, tinge de boas cores o coração mais esmorecido e desperta a veia do positivismo. Mais um pouco e sonho de novo. Querem ver?...

Hoje, levei o meu filho ao jardim depois do colégio. "Qual é o programa, mãe?". Foi um gelado para assegurar uns minutos de sossego e para podermos conversar - depois soltura para brincar no parque infantil. Pensei muito em como o abordar, como lhe traduzir o essencial do que aí vem, deixando de fora angústias desnecessárias mas, ao mesmo tempo, fazendo-o entender que não vai ser sempre fácil, mas terá outras compensações. Pedi-lhe ajuda e alinhamos estratégias. Ele reagiu muito bem e larguei mais uns quilos dos ombros. Mas claro que só tomará verdadeiramente consciência do que aí vem quando o viver e eu ficarei até lá na dúvida sobre se consegui ou não passar a mensagem. Espero que as bases que hoje assentei nos permitam ultrapassar este desafio.

Começo agora a pensar que ainda não soou a partida e eu já estou na corrida: já tenho os olhos na meta e toda a minha força recolhida, contraída, concentrada, pronta a explodir e impulsionar-me, largando-me como uma seta. Certeira, espero.

2 comentários:

Anónimo disse...

é mesmo assim. um começo. um olhar em frente. o dar um pequeno passo, depois outro e outro, a meta já se está a desenhar.não espera, não era este o objectivo pretendido. continuamos. outros linhas se irão definir. linhas no horizonte que podem ser barreiras...invisíveis, de Malick(The Thin Red Line). correr à procura de nós mesmos, Who Am I?

CB disse...

Anónimo,
Não sou fã de filmes de guerra, nem quero fazer disto uma guerra. Não quero baixas, nem inimigos, nem linhas de ataque. É uma corrida solitária, com um propósito mais do que pessoal ou egoísta, mas sim: naquilo que é de pessoal, será importante a descoberta de mim que pretendo fazer pelo caminho. Só não é essa a meta.