Legado

Nasceu esta semana a V, rebento da minha mana caçula. Ando há dias a pensar o que lhe escrever, mas por muitas palavras e metáforas que congemine, por mais que junte citações de poetas e iluminados, na verdade tenho pouco para lhe dizer. Dou-lhe as boas vindas, desejo-lhe que seja feliz e inteira, e digo-lhe que tem uma sorte imensa em ter os pais maravilhosos que lhe calharam. Prometo-lhe que nunca lhe faltará um abraço, que terá certamente dos seus pais e tantos outros, e seguramente terá sempre de mim. Ela gostou muito do meu colo, sossegou e olhava-me com atenção, seguindo o som da minha voz - talvez tenha percebido já que sou e serei mais um colo quente para ela, uns braços abertos. Enchi-me de ternura ao ver a minha mana feita mãe com tanta alegria e serenidade. Sabia já que seria uma boa mãe, mas vê-lo acontecer, desde a primeira hora, e mesmo sabendo que não tenho crédito no assunto, fez-me ficar ainda mais orgulhosa dela. Tal como há meses, sabemo-nos unidas e afirmantes no amor maior que nos constrói. Mesmo que seja em mensagens fora das horas das visitas, com um "Luv ya little sis" respondido com um "Luv ya back big sis!". E sabemos ambas que esse amor primordial é o legado que devemos - expresso sem medos e sem peneiras - aos nossos filhos.

4 comentários:

Pulha Garcia disse...

Felicidades para a V. e para os teus ...

Bípede Falante disse...

Que essa criança saiba viver e aproveitar as alegrias. Saúde!
beijos :)

Anónimo disse...

Neste texto já tens certas coisas que podem inspirar a carta. Alguams partes diria que é só mudar os tempos verbais.

Parabéns, tia :)

Bj.

R.

CB disse...

R.,
O essencial está aqui, mas o importante não é escrever a carta.
Obrigada :)
Bj