Tentar, querendo


O esforço que se põe em cada palavra, ou em cada silêncio, em cada acção, ou em cada ausência, é medida da vontade. Tentar é um verbo abrangente, que pode ir de um grau de absoluta inconsequência, como o "atirar barro à parede", a um grau de absoluta demência, como tentar até morrer. Pelo meio, há muitos pontos de fuga, oportunidades de desistência, e é o ponto em que se baixa os braços que diz qual é realmente a vontade, mais do que a capacidade de resistência. Porque, em certas coisas, realmente querer é poder. Pelo menos, é poder tentar: tentar uma e outra vez, tentar mais e melhor, deixar clara a medida da vontade na expressão de verdadeira tenacidade. Porque, por vezes, é preciso mesmo clarificar essa medida de vontade para que se sustente uma outra, para que se possam ambas unir e, tentando, querendo, acabar por conseguir.  

2 comentários:

1REZ3 disse...

Eu continuo a dizer (e a desafiar) quanto à questão do "querer é poder" que quando não se sabe como pode-se querer com toda a força do mundo que nunca se há-de lá chegar. Mas isto sou eu, a eterna força de atrito :)

(O tempo é pouco ou nenhum...)

Bj.

CB disse...

Noya,
Pode, pode-se querem muito e nunca lá chegar. Mas querendo muito, vai-se tentando. Essa é a diferença. Naturalmente, há um ponto em que se torna óbvio que não vale a pena tentar mais, e esse ponto define até onde se quis, realmente, tentar.
Bj