Happy New Year (sim, sei que é Julho lá fora)

Hoje acabou mais um ciclo. Na sucessão de altos e baixos da vida, este foi um ciclo bem por baixo. Foi um longo e penoso caminho de tentativa e erro, sempre erro, por vezes sem vislumbrar que propósio serviria tanta lição aprendida a duras penas. Com uns picos em cada nova tentativa cheia de esperança, a achar que finalmente vencia, mas uma coisa breve, transitória, rapidamente transformando-se em queda abrupta. Em quase todas as áreas da minha vida. No entanto, não estou infeliz. Estou mais fria, mais céptica, quase cínica, mas mais esclarecida - o que é bom, enriquecida por essas lições que começo a ver terem utilidade - finalmente, muito mais preparada para viver melhor o alto que agora se advinha, tendo abandonado a procura das coisas de cuja falta fiz angústia, que erradamente pensei que me definiriam e que acreditei que encerravam a felicidade.

Do que vivi neste ciclo tão negativo, espantosamente, sobram coisas boas. Sei onde estão as minhas lealdades, onde estão os que me são leais. Sei o que é realmente importante para mim, seja ou não aquilo que "devia" ser. Sei com o que não posso viver e sei do que preciso para sobreviver. Sei que erros não repetirei na alta, para suavizar a próxima baixa. Hoje, encerra-se um ciclo em que tudo o que procurei e tentei falhou, mas também um ciclo onde elegi as prioridades erradas. A partir de agora, as prioridades são outras e farei da oportunidade que tenho nas mãos a base do meu futuro, com independência e dignidade. Vou investir num futuro mais tranquilo e para isso renuncio a 2 anos da minha vida pessoal. Na verdade, pesando bem as coisas, renuncio a muito pouco. Só há uma área dessa esfera que me preocupa e que pesou na decisão, bem como na flexibilização que foi necessária: o meu filho. Tudo o resto é uma paisagem mutante. Hoje está, amanhã partiu, murchou ou morreu. Aquilo que ficará sempre enquanto tiver vida sou eu própria e o único amor inquestionável que me move é o meu filho. É por mim e por ele que vivo e é nesse propósito que tenho de encontrar a minha forma de ser feliz, nem sempre no imediato, mas sempre com os olhos postos lá à frente - pelos dois. Por isso, mesmo ciente da dureza do caminho dos próximos 2 anos, sinto-me já na linha ascendente da curva e hoje sabe-me a dia de Ano Novo. Faltou só o champanhe.

2 comentários:

Bípede Falante disse...

Houve um tempo que me pegou de surpresa e me derrubou de mim mesma. No início, fiquei meio cega, senti calafrios, pensei estar atolada em horas eternamente movediças. Mas os ponteiros se mostraram sólidos e giraram, e eu com eles até o momento em que chegou o meu também desejado new year e não sei se ele me fez mais feliz, mas ele me fez melhor. Beijosss

CB disse...

Que bonito Bípede! Obrigada. :)
Beijos