"(...) entreolhara-se fugazmente e descobriram nos olhos as mesmas sombras, as mesmas olheiras, o mesmo glaucoma histórico que lhes permitia ver realidades paralelas ou ler a existência contada em duas linhas narrativas condenadas a não coincidir: a da realidade e a dos desejos."
"Inamovível país da memória. Incorruptível como um seio de Santa Teresa ou um filme de Roger Vadim."
"(...) todos os dias saio à procura de alguma coisa sem saber que merda procuro e tornando-se assim difícil encontrá-la."
"(...) para os derrotados, a vida se tinha transformado num banco de nevoeiro, na bruma dos condenados a conservar o melhor das suas lembranças (...)"
"Nunca confies na memória porque está sempre do nosso lado: suaviza a atrocidade, dulcifica a amargura, põe luz onde só houve sombras. A memória tende sempre à ficção."
"Os valentes não existem, só as pessoas que aceitam caminhar ombro a ombro com o seu medo."
In "A sombra do que fomos" de Luis Sepúlveda
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